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Papa fez gesto de 'tchau' e não sofreu, afirma Vaticano

Por G1    Terça-Feira, 22 de Abril de 2025


Em uma publicação nesta terça-feira (22), o Vaticano detalhou as horas finais do papa Francisco logo após ter feito uma aparição pública na praça São Pedro durante o domingo de Páscoa. De acordo com o texto, ele estava bem e teve uma tarde tranquila, além de ter jantado a noite.

Duas horas antes da morte ser decretada, às 5h30, no horário de Brasília, Francisco começou a apresentar os primeiros sintomas do que viria a ser a sua causa da morte, que foi um AVC e insuficiência cardíaca. O Vaticano informa que ele ficou bem ao longo desse período antes de entrar em coma e que ele 'não sofreu'.

Além disso, o papa chegou a apertar a mão do assistente pessoal Massimiliano Strappetti e fazer um gesto de 'tchau' antes de morrer.

 

'Foi uma morte discreta, quase repentina, sem longo sofrimento ou alarme público, para um papa que sempre foi muito reservado em relação à sua saúde', diz o texto publicado no site Vatican News.

 

De acordo com o Vaticano, as últimas palavras do papa Francisco para seu assistente pessoal e enfermeiro Strappetti foram 'obrigado por me trazer de volta à praça', em uma referência a ida dele para celebrar o domingo de páscoa com os fiéis. As palavras foram após um passeio no papamóvel, no final da benção Urbi et Orbi da Páscoa.

Antes, porém, Francisco perguntou a Strappetti se achava que ele conseguia, quando esse respondeu que sim.

 

'Pouco mais de uma hora depois, fazendo um gesto de despedida com a mão para Strappetti, o pontífice entrou em coma. Ele não sofreu, e tudo aconteceu muito rápido', diz o texto do site Vatican News.

 

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, dessa segunda (21).

 

Como será o funeral?

 

Corpo do papa Francisco em missa após sua morte. — Foto: Handout / VATICAN MEDIA / AFP

Corpo do papa Francisco em missa após sua morte. — Foto: Handout / VATICAN MEDIA / AFP

Segundo o Vaticano, o funeral ocorrerá ao ar livre em frente à Basílica de São Pedro no sábado (26) a partir das 5h, no horário de Brasília. O decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, conduzirá a cerimônia. Ele também será responsável pela Santa Missa Exequial, celebração litúrgica apenas para a morte de pontíficies.

No final do funeral, Giovanni fará a recomendação final - uma oração de encerramento onde o papa será formalmente confiado a Deus - e o corpo será levado para Santa Maria Maior para o sepultamento.

Antes do sepultamento, porém, o corpo será levado da Capela da Casa Santa Marta até a Basílica de São Pedro. A condução será feita com um momento de oração presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Católica.

A procissão vai seguir pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protormártires Romanos até chegar à Praça de São Pedro. O corpo do papa Francisco, então, entrará na Basílica pela porta central.

No altar da confissão, o cardeal camerlengo vai conduzir uma pequena liturgia da palavra, abrindo depois o espaço para visita ao corpo do papa.

 

O que disse o testamento?

 

O papa Francisco expressou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em seu testamento divulgado pelo Vaticano. O único desejo expresso no documento diz respeito à sepultura. O local onde Francisco deve ser enterrado foi frequentado pelo pontífice sempre após internações e antes e depois de suas viagens apostólicas.

 

'Peço que meu túmulo seja preparado no nicho da nave lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maggiore. O túmulo deve ser enterrado; simples, sem decoração especial e com a única inscrição: Franciscus', escreveu.

 

Francisco começa o testamento dizendo que sentia que se aproximava o ocaso da vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna. No testamento, Francisco deixou orientações claras sobre o sepulcro, que deve estar na terra, simples, sem ornamentos especiais, e com a única inscrição: Franciscus. Ele pediu que seus restos mortais fossem acomodados na lateral da basílica, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza. Outros cinco papas estão seupultados no local: Clemente VIII, Clemente IX, Paulo V, Sixto V, Pio V, Nicolau IV e Honório III.

Em suas últimas palavras, o papa expressou um profundo sentimento de sofrimento, que, segundo relatou, ofereceu a Deus pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos. A sua última visita à basílica ocorreu logo após uma internação no Policlínico Gemelli, em 23 de março.

Confira abaixo a íntegra do testamento do papa Francisco:

'Sentindo que o fim da minha vida terrena se aproxima e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade somente quanto ao local do meu sepultamento.

Sempre confiei minha vida e meu ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais descansem aguardando o dia da ressurreição na Basílica Papal de Santa Maria Maggiore.

Desejo que a minha última viagem terrena termine precisamente neste antigo santuário mariano, onde ia rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, para confiar com confiança as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe o seu dócil e maternal cuidado.

Peço que meu túmulo seja preparado no nicho da nave lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani ) e a Capela Sforza da mencionada Basílica Papal, conforme indicado no documento anexo.

O túmulo deve estar na terra; simples, sem decoração particular e com a única inscrição: Franciscus.

As despesas para a preparação do meu sepultamento serão cobertas pela quantia do benfeitor que providenciei, para ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maggiore e sobre a qual dei instruções oportunas a Mons. Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Libérico.

Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuarão a orar por mim. Ofereci ao Senhor o sofrimento que se fez presente na última parte da minha vida pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos'.

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