Escândalo da Pixbet: Justiça autoriza quebra de sigilo em investigação bilionária de lavagem de dinheiro

Por G1 Quarta-Feira, 10 de Setembro de 2025
Em conversa com aliados, Jair Bolsonaro (PL) mostrou ter recebido com zero surpresa os votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino a favor de sua condenação no julgamento da trama golpista na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ex-presidente, o caso é de favas contadas e ele será condenado.
Ao blog, pessoas próximas ao ex-presidente demonstram que sua preocupação, na verdade, é com o local em que será a sua prisão — se vier, efetivamente, a ser condenado. Bolsonaro questiona se será enviado ao Complexo da Papuda por conta das suas condições de saúde.
A Penitenciária 1 do Distrito Federal, mais conhecida como Papuda, é um complexo com quatro unidades prisionais em Brasília que tem capacidade para mais de 5 mil presos.
O local possui enfermagem para atendimento ambulatorial para tratar da saúde dos presos, além de médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, de acordo com o governo do DF.
Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, Bolsonaro tem sofrido com crises de soluço. Ele já precisou pedir autorização do STF para fazer exames médicos e, nesta semana, pediu novo aval para realizar um procedimento em hospital.
Bolsonaristas defendem que ele siga em prisão domiciliar mesmo após uma eventual condenação. Comparam a situação com a do também ex-presidente Fernando Collor, condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção e outros crimes investigados na Lava Jato.
Collor está em prisão domiciliar por questões humanitárias devido à sua condição de saúde, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes. A domiciliar costuma ser aplicada antes de as pessoas serem condenadas nos processos, mas acaba concedida em casos excepcionais pós-condenações por conta do estado de saúde do preso ou para quem tem idade avançada.
No Brasil, 235 mil pessoas estão detidas provisoriamente ou cumprindo pena fora de unidades prisionais. Deste total, 36 mil estão em prisão domiciliar (32 mil antes do julgamento e 4 mil, após a definição das penas).
Integrantes do Supremo analisam os recentes movimentos pró-anistia e veem uma coalizão oportunista entre o Centrão e bolsonaristas. Entendem que é preciso separar a coalizão para tirar força de medidas anti-Justiça brasileira.
Consideram que o Centrão está se protegendo por conta das emendas parlamentares investigadas na Corte, enquanto os bolsonaristas querem o perdão dos envolvidos no golpe. Os ministros consideram necessário um freio de arrumação depois do julgamento de Bolsonaro e dos demais sete réus.
Uma fonte disse ao blog que não há a menor chance de o Supremo considerar a anistia constitucional, além de parecer soar como uma vitória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que impôs tarifas ao Brasil por conta do julgamento de Bolsonaro.
Infográfico - Moraes votou pela condenação de todos os réus no julgamento da trama golpista — Foto: Arte/g1
Bolsonaro está em prisão domiciliar, em Brasília. — Foto: Luis Nova/AP