Evangélico fala verdades na cara de Flávio Bolsonaro em vigília e é agredido por apoiadores; veja o vídeo
Por Revista Fórum Domingo, 23 de Novembro de 2025
Um ato pró-Bolsonaro terminou em violência neste sábado (22), após o evangélico Ismael Lopes, coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, ser agredido por participantes da vigília. Ele foi atacado logo após fazer críticas ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro “abriu 700 mil covas durante a pandemia”, declaração registrada em vídeo e que desencadeou a reação dos apoiadores presentes.
Segundo Ismael, ele se aproximou do grupo para denunciar o que classificou como uso político da fé cristã por aliados do ex-presidente. Durante sua fala, afirmou que buscava “acabar com essa instrumentalização da fé” e defendeu que o Estado, e não a igreja, é responsável por garantir proteção aos mais vulneráveis. “A igreja acolhe, mas o Estado é quem tem a obrigação de proteger o pobre, a mulher e todos os cidadãos”, disse.
A reação foi imediata. O clima no local rapidamente se deteriorou, transformando-se em um tumulto generalizado. Ismael relatou ter sido cercado, empurrado e atingido por socos e chutes. A confusão aumentou quando um dos agressores, ao tentar derrubá-lo, caiu no chão, provocando ainda mais hostilidade. Em meio ao tumulto, alguém lançou spray de pimenta diretamente em seu rosto, deixando marcas e ferimentos.
Atentado contra o Estado Democrático de Direito
Mesmo após a agressão, Ismael continuou criticando o que considera manipulação religiosa em discursos políticos. Ele acusou Bolsonaro e seus aliados de atentarem contra o Estado Democrático de Direito e responsabilizou o ex-presidente por mortes que, segundo ele, poderiam ter sido evitadas durante a pandemia. “Não podem falar em nome de Deus”, afirmou, reforçando que considera antiética a utilização da fé para blindar discursos extremistas.
Ismael declarou que integra um movimento evangélico presente em 19 estados e que sua presença na vigília tinha o objetivo de dialogar com fiéis sobre o papel da fé na política. Ele destacou que não culpa os evangélicos presentes, mas sim lideranças que, segundo seu relato, usam a religião de forma irresponsável para fins políticos. “O nosso povo crente é sincero e merece respeito, não manipulação irresponsável”, disse.