O presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa, disse que a Paraíba terá mais empregos e investimentos com o aumento do etanol nos combustíveis, aprovado nesta quarta-feira (25). O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, hoje, o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30%, conhecido como E30, e de biodiesel no diesel de 14% para 15%, o B15.
A medida entra em vigor a partir de 1º de agosto e permite que o Brasil avance na autossuficiência e na redução do preço dos combustíveis. A nova proporção está prevista na Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024), que autoriza a elevação da mistura de etanol na gasolina em até 35%.
Para o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa, a mudança no limite superior de adição de etanol na gasolina é um assunto super importante e que impacta muita gente.
A expectativa, segundo disse Edmundo ao ClickPB, é que haja “maior utilização do etanol produzido aqui na Paraíba e com isto mais empregos e investimentos.”
“Essa decisão foi resultado de estudos e discussões que envolveram diversos setores, incluindo a indústria automobilística e também a agroindústria da produção de etanol. A ideia por trás dessa mudança é diversificar a matriz energética do Brasil, aumentar o uso imediato de biocombustíveis (etanol, biodiesel e biometano) e, consequentemente, reduzir a emissão de gases de efeito estufa”, declarou o presidente-executivo do Sindalcool-PB ao ClickPB.
“Os estudos da Mauá de Engenharia são fundamentais para garantir que essa transição seja feita de forma segura e eficiente, sem comprometer o desempenho dos veículos e a qualidade do combustível. A indústria automobilística, por exemplo, quer descarbonizar e este avanço está garantido para os motores atuais e futuros compatíveis com essa nova proporção de etanol”, acrescentou.
Edmundo Barbosa destaca que “o mais bacana é que o Brasil é um dos líderes mundiais na produção de etanol, o que nos dá uma vantagem enorme nesse sentido. É um caminho que mostra nosso potencial de inovação e sustentabilidade no setor de energia.”
Gasolina 20 centavos mais barata
O presidente-executivo do Sindalcool-PB lembra que “a previsão do Governo Federal é de redução de até R$ 0,20 por litro no preço da gasolina. Esses cálculos preliminares devem levar em conta o aumento de escala na produção de etanol com essa política pública que é exemplo para o mundo.”
Edmundo Barbosa pontua que a decisão do governo é estratégica para o fortalecimento da autonomia energética do país e a redução da dependência de gasolina importada.
“A capacidade produtiva do Brasil permite hoje, no cenário de conflito mundial temido por todos, a redução das importações de gasolina em 1 bilhão e 360 milhões de litros de gasolina. Com a utilização de mais 2,5% do etanol, o país poderá exportar 700.000m3 de gasolina, derivada do petróleo, aumentando a entrada de divisas. Haverá também a redução das emissões de gases de efeito estufa e redução do volume de material particulado causado pela combustão da gasolina e diesel”, disse Edmundo.
Segundo o presidente do Sindalcool-PB, o avanço dos biocombustíveis não compromete a produção de alimentos no Brasil.
“A produção de biocombustíveis como o etanol, o biodiesel e o biometano se soma na agricultura brasileira à capacidade de ampliar a oferta de alimentos. Esse fato vem sendo comprovado e admirado no mundo. Com menores custos de produção e tecnologia cada vez mais avançada, o Brasil lidera e amplia o abastecimento interno de biocombustíveis e na abertura de novos mercados para reduzir a fome no mundo ”, finalizou o executivo.
Benefícios ambientais e econômicos
O Governo Federal estima que o aumento da mistura para E30 deve atrair mais de R$ 10 bilhões em investimentos e gerar cerca de 50 mil novos empregos.
Do ponto de vista ambiental, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) aponta que a adoção do E30 poderá evitar a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano — um importante avanço na agenda de descarbonização da matriz energética brasileira.
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