Trump reduz tarifa sobre café, carne e frutas, itens exportados pelo Brasil
Por G1 Sexta-Feira, 14 de Novembro de 2025
O café, carne, açaí, algumas frutas tropicais frescas ou congeladas tiveram as tarifas de reciprocidade reduzidas, segundo ordem executiva publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (14). Ainda não está claro de quanto foi a redução.
Desde agosto, a importação de produtos do Brasil pelos Estados Unidos é alvo de uma sobretaxa de 50%. O país é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam alta nos preços no mercado norte-americano.
O "tarifaço" de 50% foi determinado a partir de duas ordens de Donald Trump: uma em abril, quando o Brasil passou a ter uma sobretaxa de 10%, e outra adicional de 40% que começou a valer em agosto, resultando na maior tarifa entre todos os países atingidos pela medida até então.
"É necessário, contudo, análise para entender se esse novo ato se aplica apenas à tarifa base de 10%, à de 40% ou a ambas", disse a associação dos exportadores de café, a Cecafé.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
Na ordem executiva desta sexta, Trump afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca."
Ao divulgar a medida, a Casa Branca publicou a lista de produtos que receberam algum grau de isenção de tarifas, entre eles os que estão entre os principais vendidos pelo Brasil para os EUA. Veja a tabela abaixo.
Segundo o governo americano, a redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13).
Exportadores comemoram
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida.
"A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio", divulgou, em nota.
"Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil, com peso relevante para todo o fluxo de exportações. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas", completou a Abiec.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) diz que "está em contato com seus pares americanos, neste momento, para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta. Voltaremos a nos pronunciar tão logo tenhamos os devidos esclarecimentos".