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Morre o ator Cecil Thiré aos 77 anos no Rio

Por O Globo    Sexta-Feira, 9 de Outubro de 2020


O ator Cecil Thiré morreu nesta sexta-feira, aos 77 anos, de causas naturais, enquanto dormia em sua casa no Humaitá. Filho da atriz Tônia Carrero, ele enfrentava há alguns anos o mal de Parkinson. Além de dirigir obras no cinema e no teatro, Cecil ficou marcado por seus papéis na televisão, como os vilões Mário Liberato em "Roda de Fogo" (1987) e Adalberto em "A próxima vítima" (1995).

Nascido em 28 de maio de 1943, no Rio, Cecil foi o filho único do casamento entre Tônia Carrero e o artista plástico Carlos Arthur Thiré. Desde cedo, o ator assumiu a tradição artística da família, tendo inclusive feito uma pequena participação, quando tinha apenas nove anos, no filme "Tico-tico no fubá" (1952), estrelado pela mãe. Seu primeiro trabalho profissional foi aos 18, como assistente de direção de Ruy Guerra no filme "Os Fuzis". Mais tarde, dirigiu filmes como “O diabo mora no sangue” (1968) e “O Ibraim do subúrbio” (1976).

VEJA FOTOS DO ATOR CECIL THIRÉ

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Cecil Thiré e Laura Cardoso, no teatro, em 1999 Foto: Silvio Pozatto
Cecil Thiré e Laura Cardoso, no teatro, em 1999 Foto: Silvio Pozatto
Cecil beija mão da mae Tônia Carrero, na festa de aniversário dela, em 2004 Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Cecil beija mão da mae Tônia Carrero, na festa de aniversário dela, em 2004 Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Cecil Thiré, como capitão Antunes, personagem que interpretou na novela "A Padroeira", da TV Globo Foto: Cristiana Isidoro
Cecil Thiré, como capitão Antunes, personagem que interpretou na novela "A Padroeira", da TV Globo Foto: Cristiana Isidoro
Thiré encontra o amigo cartunista Ziraldo Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Thiré encontra o amigo cartunista Ziraldo Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Cecil Thiré dança com Malu Mader em cena da novela Top Model, da TV Globo, em 1990 Foto: Irineu Barreto / Agência
Cecil Thiré dança com Malu Mader em cena da novela Top Model, da TV Globo, em 1990 Foto: Irineu Barreto / Agência

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O ator Cecil Thiré com os filhos Luisa, Carlos e Miguel, no Teatro dos Quatro, na Gávea, Zona Sul do Rio Foto: Fábio Guimarães
O ator Cecil Thiré com os filhos Luisa, Carlos e Miguel, no Teatro dos Quatro, na Gávea, Zona Sul do Rio Foto: Fábio Guimarães
Cecil Thiré e Vera Holtz, em 2002 Foto: Armando Araújo
Cecil Thiré e Vera Holtz, em 2002 Foto: Armando Araújo
Thire e Biza Vianna Foto: Armando Araújo
Thire e Biza Vianna Foto: Armando Araújo
Cecil Thiré e a escritora Glorinha Beuttenmüller, num camarim, em 1999 Foto: Fábio Seixo
Cecil Thiré e a escritora Glorinha Beuttenmüller, num camarim, em 1999 Foto: Fábio Seixo
Cecil Thiré e Tereza Teller em cena com a peça "Minha futura ex", em 1998 Foto: Marco Antônio Gamboa
Cecil Thiré e Tereza Teller em cena com a peça "Minha futura ex", em 1998 Foto: Marco Antônio Gamboa

Sua trajetória na TV começou em 1967, quando atuou em “Angústia de amar”, na TV Tupi. Contratado pela Globo em 1974, o ator atuou em mais de 20 novelas e minisséries, como "Top model" (1988), "A próxima vítima" (1995) e "Celebridade" (2004). Seu último trabalho na emissora foi no humorístico “Zorra Total”, em 2005.

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Em 2012, o ator fez seu último trabalho televisivo na novela “Máscaras”, da Record, onde estava desde 2006. A produção lhe proporcionou o reencontro com Lauro César Muniz, criador do personagem de maior destaque de Cecil ao longo de sua carreira em novelas: o vilão homossexual Mário Liberato, de "Roda de fogo" (1986). Na trama, ele interpretava um advogado corrupto que tentava, a todo custo, destruir Renato, seu ex-cliente vivido por Tarcísio Meira.

 

Cecil Thire com a mãe, Tônia Carrero, na inauguração da Sala Tônia Carrero, em 2007 Foto: Marcos Ramos / O Globo
Cecil Thire com a mãe, Tônia Carrero, na inauguração da Sala Tônia Carrero, em 2007 Foto: Marcos Ramos / O Globo

A estreia como diretor de TV aconteceu no programa “Viva o gordo”, apresentado por Jô Soares entre 1981 e 1987. Cecil também dirigiu seis episódios de “Você decide”, em 1992. Em “Sassaricando” (1987), se dividiu entre ator e diretor, trabalhando com a própria mãe.

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Além da televisão e do cinema, o artista se dedicou longamente ao teatro. Sua primeira experiência como diretor foi em 1971, numa montagem de "Casa de bonecas", de Henrik Ibsen. Em 1975, recebeu o extinto Prêmio Molière por sua direção da peça "A noite dos campeões", de Jason Miller.

A partir de 1984, Cecil passou a se dedicar ao ensino, só voltando aos palcos dez anos depois. A longa experiência resultou no livro "A carpintaria do ator", publicado em 2013 pela Sinergia, onde o artista discorre sobre técnicas de interpretação.

'Final estava bem difícil', conta filha

Cecil deixa sete netos e quatro filhos, dos quais três são atores: Luisa, Carlos, Miguel. Em um vídeo enviado pelo WhatsApp a pessoas próximas da família, Luisa lembrou com carinho do pai e contou que os últimos momentos haviam sido “bem difíceis".

"Ele vai deixar muita saudade. Papai foi um cara muito importante para a arte toda. Deixou muita coisa boa, muito aprendizado. Foi professor de muita gente, tanto de cinema quanto de teatro. Lembro de eu, pequena, entrando no Teatro Fênix, ele gravando o 'Viva o Gordo', e a claque inteira vindo falar comigo como papai era querido. Por onde andou, ele fez amigos de A a Z. Que ele descanse, porque ele merece. Esse final estava bem difícil", contou a atriz.

A última aparição pública de Cecil havia sido durante a cerimônia de cremação da mãe, morta em março de 2018 por uma parada cardíaca. Numa cadeira de rodas, o ator chamou a atenção pela aparência abatida. À época, seu primo, Leonardo Thierry, contou que Cecil havia perdido a capacidade de andar e já mal falava, devido ao estágio avançado da doença:

“Ele perdeu a capacidade de andar e em certas horas do dia fala muito mal. Cecil ficou muito abalado com a morte da mãe. As fotos que foram feitas no velório refletem a tristeza do momento. Os pacientes com Parkinson reagem muito mal ao estresse emocional”, disse Leonardo ao EXTRA.

Nas redes sociais, o ator foi homenageado por colegas:

“Trabalhei com Cecil em minha primeira novela, ‘Top Model’. Ele era um gentleman”, lembrou a atriz Drica Moraes, no Instagram.

O ator Marcelo Serrado também homenageou o amigo:

“Cecil foi uma das primeiras pessoas a acreditar em mim. Lá bem no começo da minha carreira fizemos juntos a peça ‘O protagonista’, eu fazia seu filho. Obrigado por tudo,” escreveu.

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