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Técnicas para manobra de desengasgo mudam e agora começam com pancadas nas costas

Por Crescer   Segunda-Feira, 27 de Outubro de 2025

A possibilidade de lidar com uma situação de engasgo deixa qualquer pai apreensivo. Mas o ideal é sempre manter a calma para avaliar a situação e, se preciso, realizar as manobras de desengasgo. No entanto, agora, as famílias devem estar atentas! A American Heart Association (AHA) — entidade referência na área de reanimação cardiopulmonar (RCP) — publicou, na última quarta-feira (22), novas atualizações sobre as técnicas de desobstrução das vias aéreas.

 

Novas diretrizes para desengasgo — Foto: Getty Images
Novas diretrizes para desengasgo — Foto: Getty Images

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Segundo Valéria Bezerra, coordenadora nacional do Curso Suporte Básico de Vida (BLS) da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a instituição lança novas diretrizes a cada cinco anos com base em evidências científicas recentes. “As últimas diretrizes que tínhamos eram de 2020. Estávamos esperando com ansiedade as novas normas”, comentou.

Confira, a seguir, o passo a passo atualizado.

 

Passo a passo para lidar com situações de engasgo

 

Verifique se a criança ou bebê está com obstrução severa das vias aéreas. As manobras de desengasgo só são realizadas se a criança ou bebê:

 

  1. Não consegue tossir
  2. Não consegue chorar
  3. Muda de cor, podendo ficar pálida ou cianótica (coloração roxa)
  4. Fica mais mole
  5. Não consegue respirar

 

Se seu filho não apresenta nenhum desses sinais, a orientação é observar e estimular a tosse.

Caso a criança tenha algum sinal de obstrução severa grave, a primeira atitude é ligar para o SAMU e iniciar as manobras de desengasgo. Confira!

 

👶 Bebês (até 1 ano)

 

Manobra de desengasgo — Foto: American Heart Association Guidelines
Manobra de desengasgo — Foto: American Heart Association Guidelines

 

  1. Apoie o bebê de bruços sobre o seu antebraço (parte entre o cotovelo e o punho).
  2. Apoie a cabeça e o maxilar do bebê com a mão
  3. Mantenha a cabeça do bebê abaixo do nível do corpo.
  4. Dê cinco pancadas firmes nas costas.
  5. Se não houver desobstrução, vire o bebê e apoie sua cabeça com a palma de sua mão
  6. Faça cinco compressões torácicas (no centro do peito). É preciso usar o calcanhar da mão. Alterne esses dois movimentos até ocorrer a desobstrução ou até o bebê perder a consciência.
  7. Não faça compressões abdominais no bebê, porque essas podem causar lesões em seus órgãos.

 

Abaixo, confira como fazer as cinco pancadas:

Como fazer as cinco pancadas — Foto: American Heart Association (AHA).
 

Abaixo, confira como fazer as compressões

Como fazer as manobras de compreensão — Foto: American Heart Association (AHA).
 

 

 

Como era antes?

 

As compressões torácicas eram realizadas com os dois dedos (indicador e médio). “Estudos mostraram que a compressão feita no peito com os dois dedos não atinge a profundidade necessária para realizar a pressão que irá expulsar o corpo estranho”, explica Valéria Bezerra.

 

Ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

 

Se o bebê perder a consciência, é preciso realizar a manobra de ressuscitação:

 

  • Coloque o bebê de barriga para cima sobre uma superfície firme e plana
  • Comece as compressões torácicas (30 compressões no peito) com os dois polegares, com as mãos circundando o tórax.
  • Se você vir o objeto, pode tirá-lo. Se não vê-lo, não tente retirá-lo.
  • Em seguida, realize a ventilação (respiração boca a boca), cobrindo a boca e o nariz do bebê com a sua boca e observando a elevação do tórax. (duas vezes).
  • Alterne esses dois movimentos (compressões e ventilação) até o serviço de emergência chegar ou a criança voltar a respirar.

 

Como fazer as compressões com os dois dedos — Foto: American Heart Association (AHA).
 
Ventilação — Foto: American Heart Association (AHA).
 

 

👧 Crianças (a partir de um ano de idade)

 

 

  • Para ajudar a criança que está engasgada, posicione-se ajoelhado atrás dela.
  • Utilize o calcanhar da sua mão para aplicar cinco pancadas firmes (não são tapinhas leves) nas costas da criança entre as escápulas. Anteriormente, começava-se já com as compressões abdominais, conhecidas como manobra de Heimlich.

 

Cinco pacadas nas costas — Foto: American Heart Association (AHA).
 

 

  • Se as pancadas não resolverem a obstrução, faça as compressões abdominais (5 vezes).
  • Envolva os braços em volta da cintura da criança de forma que uma de suas mãos fique à frente. Faça um punho com uma das mãos e posicione o lado do polegar junto à cintura da criança.
  • Faça os movimentos acima do umbigo e bem abaixo do osso do peito.
  • Segure o punho com a outra mão. Em seguida, faça compressões rápidas e firmes para dentro e para cima do abdômen, certificando-se de que o movimento vá para cima e não para trás.

 

Compreensões abdominais — Foto: American Heart Association (AHA).
 

Alterne entre as cinco pancadas firmes e as compressões abdominais até a expulsão do objeto ou até a criança perder a consciência.

 

Compressões no peito

 

 

  • Se não for possível colocar os braços em volta da cintura da criança ou ela estiver na cadeira de rodas, faça compressões no peito em vez de abdominais.
  • Feche uma das mãos em punho e coloque-a com o polegar contra o tronco da criança.
  • Coloque seus braços sob as axilas da criança e sua mão no centro do peito dela.
  • Puxe-a para trás para dar impulso.

 

Compressões no peito — Foto: American Heart Association (AHA).
 

 

Ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

 

 

  • Se a criança ficar inconsciente, deite-a em uma superfície, apoiando sua cabeça e pescoço
  • Comece as 30 compressões torácicas, ou com uma mão só, ou com uma mão sobre a outra. Com o braço bem esticado, comprima e solte.
  • Verifique se é possível ver o objeto, se sim, o retire.
  • Faça duas ventilações (“respiração boca a boca”) cobrindo a boca da criança e tampando o nariz.
  • Observe a elevação do tórax.
  • Faça essas manobras até o SAMU chegar ou a criança voltar a respirar.

 

Manobra de ressuscitação — Foto: American Heart Association (AHA).
 

 

É importante que os pais e cuidadores façam um curso de primeiros socorros do AHA (chamado Família e Amigos) de 2 horas de duração, que ensina todas as manobras expostas acima.

 

A diferença do desengasgo entre líquido e sólido

 

É importante destacar que as manobras expostas acima devem ser direcionadas quando o bebê ou a criança está com obstrução severa das vias aéreas, ou seja, com sólidos.

E no caso de líquidos?

De acordo com Tania Zamataro, membro do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, é preciso entender o porquê da manobra. O intuito é expelir o objeto estranho. “Quando é líquido, não acontece isso, porque o líquido não faz obstrução completa”, explica a especialista.

No caso de engasgo por líquido:

 

  • Retire o excesso de líquido da boca
  • Coloque o bebê em sua frente em pé e observe, geralmente, ele volta ao normal nesse momento.
  • Caso o bebê não se recupere sozinho, faça uma estimulação leve nas costas (esfregando as costas)
  • Caso haja a perda de consciência, faça a ressuscitação cardiopulmonar

 

 

Quais são os erros que se deve evitar?

 

 

  1. Em casos de obstrução severa das vias aéreas, é preciso dar pancadas firmes, não tapinhas leves
  2. Não enfie o dedo na garganta do bebê ou da criança para retirar o objeto estranho, porque aumenta as chances de empurrar o objeto para baixo, dificultando o desengasgo.
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