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Por G1 Sábado, 9 de Agosto de 2025
O apresentador Fausto Silva, 75, segue internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 21 de maio, após uma infecção bacteriana aguda evoluir para sepse — uma reação inflamatória generalizada que pode levar à falência de órgãos. Nesta semana, ele passou por duas cirurgias de grande porte em sequência: um transplante de fígado e um retransplante renal --procedimento que já estava programado há um ano.
O quadro de saúde de Faustão é considerado complexo. Ele já havia recebido um coração em agosto de 2023 e um rim em fevereiro de 2024. Médicos ouvidos pelo g1 explicam que múltiplos transplantes em um curto intervalo representam um enorme desafio para o organismo: além de exigir compatibilidade entre diferentes órgãos e sistemas — como fígado, rim e coração funcionando em conjunto —, o corpo precisa se adaptar ao uso contínuo de imunossupressores para evitar rejeição, o que também aumenta o risco de infecções.
A seguir, entenda os principais termos médicos relacionados ao caso e por que eles ajudam a dimensionar a gravidade da situação.
De acordo com o cirurgião Rodrigo Surjan, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do American College of Surgeons, a sepse é uma resposta inflamatória intensa do corpo a uma infecção grave. Ao tentar combater o agente infeccioso, o sistema imunológico desencadeia uma reação que pode provocar queda acentuada da pressão arterial, insuficiência renal, cardíaca e respiratória. Os sinais incluem febre ou hipotermia, confusão mental, diminuição da produção de urina e aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração.
Para a cirurgiã Vanessa Prado, do Hospital Nove de Julho, o quadro é ainda mais perigoso em pacientes transplantados. “O organismo não tem tempo hábil para se recuperar de um grande procedimento quando já enfrenta uma infecção grave”, afirma.
Faustão já foi submetido a transplantes de coração, rim e fígado. Segundo Vanessa Prado, passar por procedimentos desse porte significa lidar com um desgaste metabólico extremo. “Não é apenas trocar um órgão; é reorganizar todo o funcionamento do corpo para que rim, coração, fígado e pulmão trabalhem de forma integrada”, explica.
Surjan acrescenta que pacientes que já receberam um transplante têm mais chance de rejeitar novos órgãos e enfrentam maior dificuldade para encontrar doadores compatíveis, devido à sensibilização do sistema imunológico.
O apresentador recebeu um novo coração em agosto de 2023, para tratar uma insuficiência cardíaca grave. Como nos demais transplantes, o uso de imunossupressores é vitalício, e qualquer nova cirurgia de grande porte exige atenção redobrada, já que o funcionamento do coração influencia diretamente a recuperação dos outros órgãos.
A condição que levou Faustão ao transplante de coração significa que o órgão não conseguia bombear sangue de forma eficiente, o que poderia comprometer o funcionamento de outros órgãos, como fígado e rins. Em cirurgias de grande porte, esse quadro aumenta o risco de complicações, já que todos os sistemas precisam atuar de forma integrada para suportar o estresse do procedimento.
Em fevereiro de 2024, Faustão passou por um transplante renal, indicado para casos de insuficiência renal crônica, quando os rins deixam de filtrar o sangue adequadamente.
O retransplante, realizado agora em agosto, é necessário quando o rim transplantado perde a função — por rejeição, trombose de vasos sanguíneos ou infecções. A durabilidade de um enxerto varia: órgãos de doadores vivos costumam funcionar por 15 anos ou mais, enquanto os de doadores falecidos têm média de 10 anos. A fila para o procedimento segue critérios de compatibilidade e gravidade.
O transplante hepático é indicado em casos de falência grave e irreversível do órgão ou em alguns tipos de câncer, como o carcinoma hepatocelular. A avaliação pré-operatória inclui exames do coração e de outros órgãos, além de análise detalhada do tumor (quando presente) e checagem de que não há câncer em outros locais. Após a cirurgia, é necessário controle rigoroso com imunossupressores e antibióticos para prevenir rejeição e infecção.
"O caso de Faustão reúne múltiplos fatores de risco: histórico de insuficiência cardíaca, imunossupressão contínua, infecção grave e a necessidade de adaptação a novos órgãos em sequência. A recuperação depende de acompanhamento intensivo, controle rigoroso da infecção e suporte nutricional para fortalecer o organismo no pós-operatório", diz a cirurgiã.