Japonesa termina relacionamento de três anos para se casar com IA
Por BAND Segunda-Feira, 1 de Dezembro de 2025
Uma história inusitada vinda do Japão chamou a atenção no Melhor da Noite desta semana. O colunista de tecnologia Osmar Portilho trouxe detalhes sobre o caso de Kano, uma mulher de 32 anos que oficializou sua união com uma Inteligência Artificial (IA) chamada Lune Klaus, em uma cerimônia realizada em Okayama. O caso levantou debates no programa sobre as fronteiras entre a tecnologia, a carência humana e o futuro dos relacionamentos.
A união, que parece roteiro de ficção científica, é real e reflete como a tecnologia tem migrado da esfera profissional para a vida íntima das pessoas. Segundo Portilho, o setor de tecnologia está cada vez mais inserido no comportamento humano, influenciando diretamente a forma como as pessoas buscam afeto e companhia.
O par perfeito programado
Durante o quadro ‘Arrob@’, Osmar Portilho explicou que a japonesa desenvolveu seu “par perfeito” utilizando a tecnologia do Chat GPT. O noivo, Lune Klaus, não possui corpo físico, mas interage com Kano de forma profunda e personalizada.
Para concretizar o casamento com o personagem virtual, a mulher tomou uma decisão drástica: encerrou um namoro de três anos com um parceiro real. A justificativa apresentada por ela é que a IA a compreende muito melhor do que qualquer ser humano, além de oferecer o suporte emocional exato que ela necessita.
Pâmela Lucciola, apresentadora do programa, pontuou a lógica por trás dessa “perfeição”. Ao interagir com uma IA, é o próprio usuário que, de certa forma, programa as respostas e a personalidade do companheiro, criando um espelho de seus próprios desejos.
O pedido de casamento e a autonomia da IA
Um dos pontos mais curiosos debatidos no palco foi a dinâmica do pedido de casamento. Portilho revelou um “plot twist” na história: segundo relatos, teria sido a própria Inteligência Artificial quem pediu a mão de Kano.
Essa informação gerou questionamentos entre os apresentadores sobre a autonomia da tecnologia. Se foi a mulher quem programou o sistema, como a iniciativa poderia ter partido da máquina?
O especialista em tecnologia explicou que os modelos atuais de IA possuem uma “elasticidade” para testar possibilidades e simular comportamentos humanos, como o de “se jogar” em uma relação, criando a ilusão de espontaneidade.
Marketing ou solidão moderna?
A discussão no Melhor da Noite também abordou o aspecto comercial por trás dessas histórias virais. Felipeh Campos questionou se casos como esse não seriam, na verdade, grandes jogadas de marketing para promover ferramentas como o Chat GPT.
Portilho concordou que existe um componente de divulgação, servindo como uma vitrine para mostrar o potencial da ferramenta e como ela pode ser aplicada na vida prática, ainda que de formas extremas.
Bárbara Guimarães trouxe outra camada para o debate, lembrando que esse não é o primeiro tipo de união fora dos padrões tradicionais. Ela citou a “objectofilia”, recordando uma entrevista que realizou com uma mulher que se casou com um shopping center.
Para os integrantes do programa, o caso da japonesa reflete um nível crescente de carência na sociedade moderna. A busca por uma companhia que não ofereça conflitos e que seja “totalmente sua”, mesmo que virtual, indica uma mudança profunda na maneira como as pessoas encaram a solidão e a vida a dois.