HOMEM-FORMIGA E A VESPA (EUA, 2018, 118 min.)
Direção: Peyton Reed
Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas
★★★☆☆
Um bom filme funciona bem com uma boa motivação. Ela é importante para fazer a trama caminhar de maneira adequada sem que haja quebra de expectativa. Apesar trazer um roteiro emocional e efeitos visuais primorosos, ‘Homem-Formiga e a Vespa’, que estreiam nos cinemas nesta quinta-feira (5), funciona como uma introdução para as sequências de filmes da Marvel Studios e não mostra todo o seu potencial.
Tudo começa na casa de Scott Lang (Paul Rudd) onde ele está cumprindo prisão domiciliar. Apesar de não poder sair de casa, ele recebe visitas constantes de sua filha, Cassie (Abby Ryder Fortson). A tentativa dele de manter uma boa relação com a filha funciona bem a ponto dele construir um formigueiro dentro de sua casa para brincar com a menina. A penalidade dele é por ter ajudado o Capitão América, o que foi uma violação ao tratado de Sokovia – vide ‘Capitão América: Guerra Civil’.
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Evangeline Lilly como Hope van Dyne
Mas os planos de ser um bom pai e ficar longe de confusão não funciona do jeito que Scott planeja já, que, de alguma forma, ele se vê ligado a Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer). Isso faz Scott voltar a interagir com Hope van Dyne (Evangeline Lilly) e Dr. Hank Pym (Michael Douglas) e a tecnologia impensada capaz de fazer seres humanos diminuírem e aumentarem, como conhecemos em ‘Homem-Formiga’. E essa é uma das coisas que chamam bastante atenção no cinema: os efeitos visuais. As perseguições e lutas ganham um plus com as habilidades de interagir com formigas e de mudar de tamanho.
As cenas de ação aparecem quando Scott e Hope precisam defender o laboratório de Pym tanto do FBI – a polícia federal americana – quanto contra pessoas que sofreram consequências da arrogante inteligência de Pym. Todos focados em possuir o controle sobre a física quântica ou possibilidades de transformar tal tecnologia em venda, mostrando a pouca motivação dos vilões. Os contrabandistas aparecem de forma incômoda, apenas para gerar cenas de ação e distrair para o que está por vir.
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A vilã principal, ou melhor dizendo, a antagonista do filme é a Fantasma (Hannah John-Kamen). Ela ganha habilidades geradas pela falha de uma desavença de Pym. Por isso, o objetivo dela é se aproveitar dele e do que foi necessário para “curar” o que ela tem. Essa tentativa perpassa o ponto emocional do roteiro que faz você sentir empatia pela personagem que sofre por algo que não escolheu. O longa poderia se aproveitar da temática para discutir os limites da ciência, mas não vai além disso.
Paul Rudd como Scott Lang
E como não poderia faltar nos filmes da Marvel, a comédia aparece. Diferentemente de Thor Ragnarok, o filme não possui exagero nesse quesito, mantendo o foco e divertindo o espectador. Mais uma vez, Luis (Michael Peña) se destaca na comédia, trazendo grande parte da comicidade da trama. Assim como no primeiro filme, suas histórias intermináveis são divertidas no ponto certo. Porém, em Homem-Formiga e a Vespa, Luis divide a graça com Scott que faz uma ótima imitação de Janet.
Outra tradição da Marvel, as cenas pós crédito fazem o filme se ligar com os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita e criam um desespero por deixar o personagem principal sem uma saída aparente. Como um bom filme da Marvel, ele não ultrapassa seus limites, não explora outras opções. Ele se mantém na receita de sucesso que a Marvel conseguiu criar ao longo desses dez anos. Sem surpresas, sem exageros. Apenas está ali para divertir o espectador e preparar para novas sequências.
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