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Bispo pede a eleitor que não venda o voto e critica uso do nome de Deus para ludibriar o povo

Por Jornal da Paraíba    Sábado, 29 de Setembro de 2018


A pouco mais de uma semana das eleições, o bispo diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, divulgou uma carta, intitulada “Como um Católico deve votar?”, orientando os fiéis sobre a responsabilidade de fazer a escolha no pleito de 7 de outubro.

Na missiva, o líder religioso faz um apelo para que não vendam o voto. “Para isto, advirto: o que qualquer político lhe der para obtenção do seu voto, é uma troca interesseira, que busca alienar a decência do eleitor, igualando-o consigo, com a sua corrupção”, ressalta.

Na carta, Dom Dulcênio também alerta para o fato de que alguns candidatos, neste período, “usam do nome de Deus e das atividades da Igreja para ludibriar o povo. Cuidado! Podem ser lobos revestidos de cordeiros. Entretanto, têm candidatos conscientes de sua Fé, católicos fervorosos, cujas ideias se enquadram, muito bem, com os nossos valores. Por que não apostar nesses?”, indaga o bispo de Campina Grande, que evita citar nomes de algum postulante a cargo eletivo.

Ainda no documento, Dom Dulcênio sublinha que se faz necessário analisar, diante conteúdo do ensino da Igreja Católica, o que os candidatos pensam sobre assuntos cruciais, a exemplo do aborto, a eutanásia, licitude das drogas, a defesa dos valores das famílias, a valorização do digno sustento pelo emprego, combate à imoralidade e a superação da violência em todos os âmbitos da sociedade.

Como um Católico deve votar?

“Às vésperas das eleições, lúcido da nossa Fé Católica, como nos exorta o Apóstolo São Tiago: “Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas obras” (Tg 2,18). Como Pastor da Igreja Diocesana de Campina Grande, sinto-me no dever de instruir os que me são confiados pela Divina Providência, objetivando assim, um melhor discernimento na escolha dos nossos representantes políticos no pleito eleitoral que se aproxima.

Frente ao cenário político atual de nosso País, constato o envolvimento de alguns políticos e setores da sociedade mergulhados na corrupção. Eles pensam nos seus interesses próprios ou daqueles que “patrocinaram” as suas eleições, numa espécie de troca de favores, de um clientelismo.

No entanto, quero advertir de que pensa errado quem acha que, no meio dos já eleitos, não existam nomes honestos, que levam com seriedade a “coisa do povo”, tal como a etimologia “república” nos inspira pela língua latina. Sim, existem pessoas sérias que, particularmente, não devem e não se vendem, e que também podem nos governar, preocupadas com o bem-comum. Cabe-nos averiguar quem são, para que possamos romper com o negativismo que nos advém como tentação. E assim, revertermos a grave crise moral que atinge as esferas do poder.

É certo que muitos dos atuais políticos, que ocupam palácios e gabinetes em nome do povo brasileiro, se têm aliado com interesses imorais, mesquinhos, que desejam minar a dignidade da vida integral da pessoa humana, desde o nascimento até o seu declínio natural, a honradez dos bons costumes, a preservação da família como Deus sempre a sonhou. Alguns políticos atentam contra os valores acima citados quando os mesmos optam por bandeiras ideológicas perigosas, eivadas pelo pecado, e tantas outras mazelas que afligem a nossa sociedade atualmente. E o poder para mudar essa situação está, literalmente, em nossas mãos: é o nosso voto. Que este seja dado com consciência plena e reta.

Superemos as lamúrias para fazermos diferente: sugiro, com veemência, que antes de optarmos pelos candidatos aos quais iremos conferir o nosso voto e o futuro da nossa Nação, que o eleitor averigue o passado e o presente daqueles que pleiteiam a nossa confiança. Se faz necessário que contrastemos com o conteúdo do ensino da Igreja Católica, o que eles pensam sobre assuntos cruciais, tais como: o aborto, a eutanásia, a manipulação genética de cromossomos humanos, a manipulação de células tronco-embrionárias; a licitude das drogas; uma verdadeira educação que promova a dignidade humana dentro dos valores cristãos;  a irredutível defesa das famílias salvaguardando o bom senso nos valores fundantes da sociedade brasileira; a valorização do digno sustento pelo emprego, não se utilizando de manobras  que possam levar a uma  acomodação das potencialidades do trabalhador ou mesmo para garantir interesses eleitoreiros; o combate à imoralidade; o cuidado com os pobres e necessitados; a superação da violência em todos os âmbitos da sociedade e tantos outros. Enfim, se os candidatos em questão se alinham com o que preza a Doutrina Social da Igreja, estes serão dignos de nossa confiança. Não sejamos cômodos na inércia da análise. Caso contrário, cairemos na irresponsabilidade. De igual modo, como Bispo desta Igreja Diocesana, apelo para que não vendam o voto. Para isto, advirto: o que qualquer político lhe der para obtenção do seu voto, é uma troca interesseira, que busca alienar a decência do eleitor, igualando-o consigo, com a sua corrupção.

Alguns candidatos, neste período, usam do nome de Deus e das atividades da Igreja para ludibriar o povo. Cuidado! Podem ser lobos revestidos de cordeiros. Entretanto, têm candidatos conscientes de sua Fé, católicos fervorosos, cujas ideias se enquadram, muito bem, com os nossos valores. Por que não apostar nesses? Pesquise as suas propostas, pontuem-nas, e veremos que há pessoas honestas a nos querer governar “na paz constante e na prosperidade completa”, tal como rezamos pela Pátria nas adorações ao Santíssimo Sacramento. Sublinho: o Bispo não está pedindo votos, especificamente, para candidato algum. Todavia, desejo sim, contribuir para que haja uma consciência formada na Verdade e para Verdade. Sendo assim, teremos uma consciência reta e bem formada, capaz  de através do voto ajudar a resgatar o Brasil do charco em que está.

Peçamos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida que interceda por nós junto ao seu Filho Jesus Cristo, para que ilumine a nossa razão e, assim, possamos acertar na hora do voto. Quando Deus habita no coração das pessoas crescem a paz e a justiça social. Sejamos instrumentos do amor de Deus no nosso mundo. Deus abençoe todos vós”.

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