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Ciro lança manifesto e diz que não vai retirar candidatura

Por O Globo    Segunda-Feira, 26 de Setembro de 2022


O candidato do PDT à Presidência da República nas Eleições 2022, Ciro Gomes, disse nesta segunda-feira que não vai abrir mão de sua candidatura. Ele também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus oponentes na corrida presidencial. "Não me intimidarão", frisou o pedetista. O anúncio ocorre em meio à ofensiva petista pelo 'voto útil' no ex-presidente no primeiro turno, e repercutiu imediatamente nas redes sociais, com memes e críticas da oposição.

— Nada deterá minha disposição de seguir em frente — disse Ciro nesta manhã durante leitura de manifesto — Aqueles que ousam resistir, como é o meu caso, são vítimas das mais virulentas campanhas de intimidação, mentiras e de operações de destruição de imagem. É o que está acontecendo agora quando estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional e internacional, para a retirada da minha candidatura.

O pedetista declarou que vai continuar a "denunciar os corruptos e demagogos que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas", citando nominalmente Lula e Bolsonaro.

Ao longo dos 10 minutos de discurso, Ciro citou Lula seis vezes e Bolsonaro outras cinco. Manteve o tom adotado nos últimos meses, de que sua candidatura pretende quebrar a polarização entre o petismo e o bolsonarismo que, segundo ele, levou o país à derrocada.

O que motivou a leitura do manifesto foi a campanha cada vez mais intensa do PT pelo voto útil em Lula, disseram seus aliados que compareceram ao comitê de campanha nesta manhã. Eles entendem o movimento adversário como uma tentativa de esvaziar a discussão de projetos e ideias e tirar a autonomia do eleitor em votar no candidato preferido.

Ciro citou o argumento do voto útil no discurso:

— Querem eliminar a liberdade das pessoas de votarem no regime de dois turnos, primeiro no candidato que mais representa seus valores, e, se for o caso, de optarem depois por aquele que mais se aproxime de suas ideias — afirmou.

Ao fim do pronunciamento, um militante da campanha foi ao púlpito para criticar a imprensa e o que julgou uma equiparação injusta entre Ciro e Bolsonaro. O próprio candidato, minutos antes, havia culpado "setores da mídia e da inteligência" pela "falsa ideia de que apenas um pode derrotar o outro", referindo-se aos dois adversários.

O ex-governador do Ceará tem 7% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada na quinta-feira (22). Ele aparece em terceiro lugar, em empate técnico com Simone Tebet (MDB) que tem 5%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 47%, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 33%.

 

Troca de farpas no fim de semana

 

Durante agenda no Rio de Janeiro neste domingo, Lula e Ciro trocaram farpas em compromissos pela capital fluminense. O petista criticou Ciro sem citá-lo nominalmente, e buscou mais uma vez convencer o eleitor a decidir a eleição em uma única etapa, para evitar um duro confronto com Bolsonaro em um eventual segundo turno. Enquanto isso, o pedetista voltou a criticar o PT duramente, acusando a sigla de ser corrupta e leniente.

Em comício em Madureira, na quadra da escola de samba Portela, Lula reforçou a importância de o eleitor não deixar de comparecer à votação, no próximo domingo, e provocou Ciro ao mencionar que um neto de Leonel Brizola, fundador do PDT, estava presente.

— Eu estou vendo aqui o neto do Brizola, o Leonel. Se o Brizola estivesse aqui, o Brizola estava junto conosco, aqui, pedindo "fora, Bolsonaro". Eu tenho certeza absoluta de que o Brizola estaria do nosso lado — disse.

O pedetista, que reclama da ofensiva do PT pelo voto útil e enfrenta dissidências no próprio partido — na última quarta-feira, viu um grupo de correligionários assinarem um manifesto demonstrando apoio a Lula —, deu o troco na Praia de Copacabana. Durante a caminhada, o pedetista não poupou críticas ao PT, responsabilizando a sigla pela ascensão de Bolsonaro e por ter "apoiado" a ocupação do Palácio das Laranjeiras, sede do governo fluminense, pelo "crime organizado". Ciro repetiu o tom no pronunciamento desta segunda-feira.

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