O caso de violência doméstica envolvendo o técnico de futebol Marcos Nascimento, ex-Nacional e Esporte de Patos, foi arquivado, e a medida protetiva pedida por sua companheira foi revogada. Em março, a jovem Laurien Lucena, de 23 anos, que mantinha uma relação com Marcos há oito anos, procurou a delegacia e o denunciou, afirmando ter sofrido agressões físicas e psicológicas.
Marcos Nascimento, quando era diretor de futebol do Nacional de Patos — Foto: Éder Souza/Nacional de Patos
A sentença, assinada pela juíza Anna Maria do Socorro Hilário Lacerda, aponta que a vítima não mostrou interesse em prorrogar a medida protetiva, que estava em seu prazo final de validade. Ainda segundo o documento, a jovem procurou a autoridade policial para retirar todas as acusações que haviam sido feitas.
Trecho da sentença de revogação da medida protetiva contra Marcos Nascimento — Foto: Reprodução / TJ-PB
Em contato com a reportagem do ge, Marcos Nascimento falou sobre o novo desenrolar do caso.
— Todas as acusações eram infundadas. Tudo o que foi dito e mostrado não passou de armação e, inclusive, a juíza sequer marcou a audiência com a minha presença e a presença da suposta vítima. A suposta vítima, dias após a minha ida na delegacia, voltou à delegacia, refez o depoimento dela, negando tudo, dizendo que estava sendo pressionada e influenciada a me prejudicar — disse Marcos.
Em março, Marcos Nascimento foi denunciado por sua companheira. A jovem se dirigiu à Central de Polícia de Patos, fez um boletim de ocorrência e relatou que, em oito anos, sofreu várias vezes com agressões físicas e psicológicas.
A moça chegou a usar as redes sociais para mostrar fotos do ferimento e um vídeo que ela fez no momento do desentendimento. Além da denúncia, ela solicitou medidas protetivas.
Em nota, Marcos Nascimento negou as acusações.
Tendo em vista a repercussão negativa envolvendo minha imagem e meu nome, tenho assim a declarar:
Marcos A. do Nascimento
Passado mais de um mês em que o caso veio à tona, a jovem procurou a reportagem do Portal 40 Graus, para contar, com exclusividade, o que segundo ela, de fato ocorreu no dia 13 de março passado.
Preocupada com a dimensão a que o caso tomou, Laurien disse que vem tendo dias de preocupação, de consciência pesada, noites sem dormir até, e isso a fez nos procurar para trazer à luz, fatos até então não narrados por ela, e em tom de desabafo, fazer com que toda a verdade seja reestabelecida por ela mesma que fez tais acusações.
Antes, porém, é preciso dizer que dos relatos anteriores, a versão apresentada por ela naquela data nas redes sociais, mudou.
O QUE A JOVEM RELATA AGORA
Laurien se diz completamente arrependida de ter feito tais relatos que não condizem com a verdade, e garante que agiu por impulso e nos relatou algo diferente que agora vem ao conhecimento público.
“Então, eu queria assim, né, desabafar, na verdade, que no dia 13 do mês passado aconteceu algo que veio à tona, foi tudo muito rápido pra mim e que era onde eu morava com o Marcos Nascimento e foi onde aconteceu. Eu estava em casa, por volta das 10h30 da noite, e aconteceu o seguinte: eu estava deitada, e eu estava esperando-o chegar em casa do trabalho. Aí foi onde ele veio me perguntar de uma postagem que eu fiz na internet e isso aconteceu, porque eu postei uma música numa foto minha e ele não ouviu e gostou. Foi onde ele veio me perguntar porque era que eu tinha postado essa música e eu expliquei para ele, porque eu tinha gostado, enfim, eu acabei me chateando de verdade porque eu achei que aquilo não teria motivo para se discutir. Fiquei chateada com ele e, por causa disso, como eu havia dito, eu fiquei chateada e não quis mais conversar com ele. Na verdade, não quis conversar e isso causou que ele ficou com raiva, e com raiva ele disse para mim que ia jogar água em mim, e isso aconteceu mesmo né. Jogou água,” relata a jovem.
Laurien afirma que não aceitou a agressão e tentou revidar. “Eu não aceitei que ele jogasse e aí eu fui revidar o que ele fez comigo e foi onde eu fui a geladeira, peguei as duas garrafas de plástico e fui jogar nele. E foi onde ele fechou a porta do quarto. Ele estava no quarto e eu disse pra ele não jogar água em mim e que ele nunca mais fizesse aquilo, então quando eu fui jogar água nele, foi onde ele fechou a porta e as garrafas bateram na porta e eu acabei caindo na água porque quebraram as duas garrafas de plástico.”
Ela ainda afirma que as agressões que tiram sido provocadas por ele por um suposto empurrão não aconteceram. “Eu caí e escorreguei, e foi onde eu bati com as costas em um galão de água e acabei machucando minhas costas. Então, no mesmo momento, ele viu que eu me machuquei e cuidou de mim, e foi isso que aconteceu.”
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