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Patoense é investigado em Operação sobre exploração de deficientes e desvio de R$ 3 milhões na Paraíba

Por Portal Correio    Quarta-Feira, 19 de Setembro de 2018


A Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), em João Pessoa, é alvo de investigação conjunta da Polícia Civil e Ministério Público da Paraíba (MPPB). A Operação Belerofonte, deflagrada na manhã desta quarta-feira (19), cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da entidade, situada no bairro Tambauzinho. A Justiça ainda autorizou a quebra de sigilo bancário do presidente da Asdef, Francisco Izidoro, de Patos, principal alvo das apurações. A tesoureira da associação também é investigada.

De acordo com o delegado Allan Murilo Terruel, da Delegacia Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deccor), existem indícios de que a Asdef desviava quantias financeiras referentes a salários que deveriam ser pagos a pessoas com deficiência. A associação estabelecia contratos entre órgãos públicos e trabalhadores, prestando uma espécie de terceirização de serviços.

Ainda conforme o delegado, os órgãos que contratavam deficientes repassavam os salários deles para a Asdef, que ficava encarregada de fazer o pagamento aos trabalhadores. No entanto, conforme denúncias, isso não vinha acontecendo. As supostas irregularidades são apuradas desde o início do ano. A estimativa é de que cerca de R$ 3 milhões tenham sido desviados.

Ameaças

As denúncias apuradas apontaram que além burlar os processos de pagamento, os investigados faziam ameaças aos associados caso eles denunciassem. “Eles eram ameaçados e coagidos no momento em que iam pleitear seus direitos. Teve uma deficiente que disse ter ouvido da tesoureira: Você não medo de ser atropelada? Você não tem medo de um carro com o vidro preto, de uma moto preta, passar e acabar com você?“, relatou Alan Murillo Terruel.

O delegado acrescentou que Polícia Civil e MPPB, através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), pediram a prisão preventiva dos investigados, porém a justiça entendeu que apenas a quebra do sigilo bancário e o mandado de busca e apreensão seriam suficientes para as investigações.

“Mas dando continuidade aos trabalhos, a gente entende sim que é possível apresentar um novo pedido de prisão por conta da gravidade dos fatos, por conta da possibilidade desses deficientes ficarem sob ameaça e ainda de sofrerem algum tipo de atentado”, adiantou Terruel.

Outro lado

Em transmissão ao vivo da TV Correio, Francisco Izidoro negou ter tido qualquer tipo de conduta fraudulenta. Ele reconheceu que os valores pagos pelas empresas contratantes passavam por sua conta bancária pessoal, mas alegou que esse procedimento tinha como intenção evitar bloqueios judiciais que aconteciam regularmente quando o dinheiro era depositado na conta da associação. Francisco Izidoro também negou que fez ameaças a deficientes associados e disse que irá processar judicialmente quem não apresentar provas dessas acusações.

Izidoro foi militante por muito tempo dos movimentos estudantis em Patos, no antigo Colégio Pedro Aleixo. Depois, radicou-se na Capital do Estado.

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