Entre os estados brasileiros, 29 milhões de pessoas residiam em unidades da federação distintas de seus locais de nascimento, em 2022. São Paulo tinha o maior volume de não naturais residindo em seu território: 8,6 milhões de pessoas. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados. Bahia e Minas Gerais foram as unidades da federação que mais perderam naturais ao longo da história, com 3,4 e 3,5 milhões de pessoas, respectivamente, vivendo em estados distintos de seus locais de nascimento.
A Paraíba, por sua vez, tinha 374.286 pessoas residentes não naturais do Estado, enquanto 1,16 milhão de paraibanos residiam em outra Unidade da Federação. Essas informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração: Resultados preliminares da amostra, divulgado hoje (27) pelo IBGE.
“Esses padrões refletem tanto processos históricos de redistribuição populacional, quanto dinâmicas econômicas regionais, que impulsionam a atração ou expulsão de fluxos migratórios em diferentes períodos, aliados ao tamanho populacional de cada unidade da federação no total do Brasil”, destaca Marcelo Dantas, analista da divulgação.
Além dos fluxos migratórios históricos entre a região e São Paulo, destacam-se como origem de não naturais as Unidades da Federação da própria região. As principais origens dos não naturais indicam tanto a influência da proximidade geográfica quanto a relevância de outros fatores econômicos ou sociais na escolha do destino. Esse é o caso da Paraíba, onde os dois principais Estados de origem dos residentes não naturais são Pernambuco, com 42,9%, e Rio Grande do Norte, com 14,6%, tendo este último a mesma proporção dos residentes originários de São Paulo (14,6%).
Considerando os nascidos nos Estados do Nordeste que viviam fora de seus Estados de origem, a pesquisa constatou que eles tiveram como principais destinos os estados de São Paulo e Rio de Janeiro: Pernambuco e Bahia tiveram como principal destino de seus naturais os estados de São Paulo (50,1% e 54,4%, respectivamente), enquanto a Paraíba tinha como principais destinos São Paulo (31,1%) e Rio de Janeiro (23,5%), ficando Pernambuco com proporção bem menor (11,1%). Esse estoque populacional de migrantes nordestinos evidencia um padrão consolidado ao longo das décadas, sustentado por fatores históricos, econômicos e redes sociais que favoreceram esses fluxos.
O saldo migratório representa a migração líquida e continua sendo o conceito predominante na análise dos fluxos populacionais. A partir desse saldo, calcula-se a taxa líquida de migração, que expressa a magnitude da migração em relação à população total observada na data de referência do censo. Quando positiva, essa taxa indica a quanto a população foi acrescida pelo saldo migratório. Por outro lado, quando negativa, revela a parcela da população que foi reduzida devido aos movimentos migratórios.
Entre 2017 e 2022, Santa Catarina apresentou o maior saldo migratório (354 mil pessoas) e a maior taxa líquida de migração (4,66%) à sua população total em 2022, marcando uma mudança histórica, uma vez que São Paulo exibia o maior saldo desde a introdução do quesito de data fixa nos Censos Demográficos de 1991 até 2010. São Paulo apresentou saldo migratório de -90 mil pessoas, com taxa líquida de -0,20%, primeiro resultado negativo desde o início da coleta de migração por data fixa, em 1991, mas segue sendo o principal centro migratório do país.
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