Um menino de 5 anos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) foi impedido de estudar por falta de cuidador em uma escola municipal, no Bairro das Indústrias, em João Pessoa. A mãe e a tia do menino estão se empenhando para que o aluno não fique sem estudar até que a Secretaria de Educação de João Pessoa resolva o problema.
A mãe do aluno, Leonia Lopes, trabalhava como cuidadora de idosos e deixou o emprego para cuidar do filho quando descobriu que ele tinha autismo. O garoto estudava em uma creche, mas a mãe teve medo do filho sofrer preconceito e matriculou o menino em uma escola. Na Escola Municipal Deputado Edme Tavares de Albuquerque, no ato da matrícula, não houve nenhum problema, mas quando as aulas começaram a mãe foi informada que o menino não poderia estudar por falta de cuidador.
"Acordei às 4h da manhã para segurar a vaga na escola mesmo sabendo que ele era preferencial, mas eu não quis tomar o lugar de ninguém, fiz tudo certo. Quando fiz a matrícula, fui informada que um cuidador seria procurado, mas três dias depois a escola me disse que ele não podia assistir aula até que esse cuidador chegasse", disse Leonia.
O menino está obtendo atenção pedagógica em casa, com a mãe e com a tia, que auxiliam nas atividades que desenvolvem junto ao garoto as noções motoras e de aprendizado, enquanto o problema não é resolvido. "A gente senta com ele, pega o caderno de desenho, tenta trabalhar a coordenação motora dele e a atenção, tudo isso por enquanto, até que ele volte a estudar", afirmou a mãe.
A direção da escola, em entrevista à TV Cabo Branco, informou que atualmente 15 alunos da rede municipal têm laudos de necessidades especiais e 9 deles precisam de cuidadores, porém só um deles tem cuidador.
O diretor de Gestão da Secretaria de Educação do município, Gilberto Cruz, disse que existe uma dificuldade da prefeitura em contratar esse tipo de profissional, mas vários processos em várias escolas estão em andamento para que as crianças estejam com cuidadores o quanto antes.
"A gente sabe que está aumentando o número de deficientes matriculados no nosso sistema. Esses processos estão sendo avaliados e serão encaminhados à secretaria de origem que faz os contratos. Existe realmente a dificuldade de encontrar alguém que tenha habilidade e formação para que o trabalho seja exercido, mas os processos estão sendo atendidos", disse Gilberto Cruz.
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