Cinco gols sofridos em casa num confronto direto pelo título, atuação desastrosa e liderança perdida. A goleada do Internacional por 5 a 1 sobre o São Paulo chacoalhou o Morumbi.
A decisão pela permanência do técnico Fernando Diniz foi precedida de tensão, pressão com pedidos de demissão numa pesada reunião online ainda na madrugada e a posterior sobrevida ao técnico. Responsável por bancar Diniz publicamente, Raí não falou internamente sobre demissão, assim como Muricy Ramalho.
O técnico está mantido no cargo ao menos até o jogo deste sábado, com o Coritiba, novamente no Morumbi. Mas sua permanência no São Paulo depois do Brasileirão é considerada difícil, até porque ele não era o nome preferido de Julio Casares ao longo da campanha presidencial. Também em fevereiro Raí, defensor da continuidade de Diniz, deixará o cargo de diretor executivo de futebol.
A possibilidade de troca no comando, cogitada durante a madrugada ainda com dirigentes de cabeça quente pela irritação após a goleada considerada inadmissível, perdeu força e não foi mais assunto durante a quinta-feira.
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Fernando Diniz comandou o São Paulo na derrota por 5 a 1 para o Internacional — Foto: Marcos Ribolli
Pesaram a favor da continuidade de Diniz:
Ao longo da última quinta-feira, a diretoria debateu maneiras de ter uma reação dos atletas para que eles melhorem de desempenho e acompanhem a dedicação do próprio Fernando Diniz.
Embora tenha sido mantido, Diniz terá seu trabalho avaliado jogo a jogo. Depois do campeonato, haverá uma análise geral. A direção cobra dos jogadores outra postura, mas também quer da comissão técnica uma resposta, seja com alternativas táticas ou mudanças de peças no time.
Na comissão, existe a avaliação de que há uma espécie de desequilíbrio emocional dos jogadores: crescem demais nas vitórias e se abalam na mesma proporção com as derrotas.
– Eu sou uma das grandes referências do elenco, e isso é normal, mas eu acredito que nosso time, e aplico para mim também, não consegue ser mais ou menos. Ou somos muito bons ou somos muito ruins, e nos últimos jogos fomos muito ruins – disse Daniel Alves, em entrevista na última quinta-feira.
A crise geral, a queda de rendimento e toda a situação deixaram Fernando Diniz muito irritado.
Em crise, o São Paulo se vê em situação parecida com a que antecedeu a vitória por 3 a 0 com o Atlético-GO, em outubro. Na ocasião, uma derrota poderia ter encerrado a passagem do treinador no Morumbi. Ele fez quatro mudanças na equipe titular, o time venceu e iniciou uma reviravolta.
Agora, dois pontos atrás do novo líder Internacional e sem vencer jogos desde 26 de dezembro, o São Paulo de Fernando Diniz precisa novamente achar uma solução, sob risco de ver mais uma vez o sonho de um título para sair da fila de oito anos virar pesadelo.
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