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Abel destaca jogo mental entre Palmeiras e River e diz: 'Das melhores derrotas'

Por Globo Esporte    Quarta-Feira, 13 de Janeiro de 2021


Mesmo derrotado por 2 a 0 e pressionado até o último minuto pelo River Plate, que teve gol anulado e pênalti desmarcado, o Palmeiras conseguiu avançar à final da Libertadores na última terça-feira, no Allianz Parque.

Em uma atuação muito diferente daquela da semana passada, quando venceu por 3 a 0, na Argentina, o técnico Abel Ferreira viu seu time ser dominado mesmo quando tinha um jogador a mais no segundo tempo. Fruto, em sua opinião, de um embate psicológico.

– Eu gosto muito da psicologia, é um dos componentes que eu adoro. A intensidade do sentimento da perda é o dobro da intensidade do lucro. O jogo hoje era muito mental – analisou o português, que virou o intervalo já perdendo por dois gols, o limite que poderia para ficar com a vaga.

 

Abel Ferreira na área técnica durante a partida contra o River Plate, pela semifinal da Libertadores — Foto: Marcos Ribolli

Abel Ferreira na área técnica durante a partida contra o River Plate, pela semifinal da Libertadores — Foto: Marcos Ribolli

– Na volta do vestiário eles estavam animicamente mais fortes, é perfeitamente normal. Temos que sofrer, conseguimos a classificação muito pelo jogo que fizemos na Argentina. No de hoje, o adversário foi superior a nós, não custa admitir. No primeiro fomos muito melhores, podíamos ter feito mais, mas hoje foi o fator psicológico que fez diferença no jogo.

Passado o sofrimento em mais de 100 minutos de jogo (contando os acréscimos dados pela arbitragem), o sentimento de Abel e do elenco palmeirense minutos depois do jogo na arena era um misto de alívio. Um resultado, ainda que negativo no placar, muito festejado.

 

– Foi bem evidente depois do segundo gol que estávamos perdendo a vantagem, que não podíamos perder. Essa foi uma das melhores derrotas que eu e o Palmeiras tivemos na história, foi uma boa altura para perdermos – comentou Abel.

 

Os gols de Palmeiras 0 x 2 River Plate, pelas semifinais da Libertadores

 

 

Palmeiras de volta à final

 

O resultado colocou o Palmeiras pela quinta vez em uma final de Libertadores, a primeira desde 2000. Feito que, ao ser questionado se era o maior de sua carreira até aqui como técnico, fez Abel analisar da seguinte forma:

– O Gallardo (Marcelo Gallardo, técnico do River Plate) é melhor treinador do que eu, e os jogadores deles são mais experientes do que os nossos. Mas a única maneira de ganhar experiência é assim: vivendo e passando por situações como essa de hoje.

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Agora o Palmeiras aguarda o vencedor do duelo entre Santos e Boca Juniors, nesta quarta-feira, na Vila Belmiro. O jogo de ida foi 0 a 0, na Argentina. A decisão do torneio sul-americano será em 30 de janeiro, no Maracanã.

 

Outros trechos da entrevista:

 

Análise do jogo
– Se na primeira bola do Rony ele faz o gol, deitávamos por terra e matávamos eles animicamente. Natural que o adversário reagisse depois, não tinham nada para perder. Nós, lá, fizemos três gols, mas poderíamos ter feito mais, com dois gols perdidos. Podíamos ter matado. No final do jogo disse que era bem possível, eu e minha equipe estudamos eles, eles fazerem os gols. Os gols foram de escanteio e lançamento.

– Já expliquei a forma dos dois gols, um de escanteio e outro de lançamento. Podíamos fazer melhor nessas ações? Sim. Mas o jogo de futebol é feito de erros. Para mim a diferença dos jogadores mentalmente muito fortes são aqueles que conseguem lidar com os erros. Temos uma mudança muito grande na defesa, jogadores que vão se lesionando, o Gómez, o Rocha com amarelo, aí adaptamos o Kuscevic, mas com essas dificuldades fazemos força e seguimos em frente. Aconteceu um jogo adversário lá na Europa, o Salah mostrou uma camiseta dizendo "nunca desista", aí o Liverpool reverteu o 3 a 0 que sofreu do Barcelona. É o fator psicológico. Conseguimos suportar, e fomos muito melhores no primeiro jogo.

Tamanho do feito
– Eu quero desfrutar agora, valorizar a final, foi muito suada, custou muito, tivemos que escalar uma montanha muito grande. Temos que nos preparar para a próxima, não dá para ficar em cima do cume. Parabéns aos meus jogadores, são verdadeiros guerreiros, com todas as dificuldades estamos na segunda final para disputar.

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