O cineasta Ely Marques morreu neste sábado (3) vítima da Covid-19 em um hospital de João Pessoa. Ely tinha asma, e chegou a lutar contra a doença por vários dias.
Durante sua internação, ele compartilhou tudo em suas redes sociais, como um diário de bordo, aproveitando sempre para alertar sobre o tratamento que o governo deu ao cenário da pandemia, chamando Bolsonaro de genocida. "A sensação de falta de ar do asma é fichinha comparada a sensação de falta de ar do Covid. Mas estou bem e com oxigênio. Ontem éramos 3 casais na triagem e todos os 6 sabíamos que só estávamos passando por isso, a essa altura da pandemia, apenas por causa do Genocida", explicou.
Ely era um militante e atuante nas redes sociais. Sua luta contra a doença foi compartilhada em algumas atualizações do seu estado de saúde no Twitter. Com sua visão critica e irônica acerca do cenário em que o país vive, ele chegou a se solidarizar com as vítimas que morreram por falta de oxigênio em Manaus, destacando que teria sido mais um se estivesse lá.
"Estou no oxigênio, um simples catéter repousado nas narinas, injetando um suave jato de ar. E pensando que se eu estivesse em Manaus e naquele período da sabotagem do governo federal ao fornecimento de oxigênio, certamente eu não estaria mais aqui", refletiu.
Ely era um carismático por natureza e fazia amigos por onde chegava. Sua história com o cinema começou ainda quando jovem. Ele foi membro do Fórum Paraibano do Audiovisual e militante do Psol.
Em nota, o Fórum Paraibano do Audiovisual lamentou a perda e destacou o ser generoso que ele era. "É com imensa tristeza que informamos da partida de nosso querido companheiro de front e amigo @elymarques em decorrência da Covid-19. Em sua breve vida, Ely foi um grande mestre, generoso e fiel sempre disposto e disponível para compartilhar sua inteligência e amor conosco. É assim que Ely vai ser lembrado por nós deste Fórum que tem em seu DNA muito de suas convicções sobre justiça social e bondade deste que sempre foi um ser humano enorme!", diz a nota de pesar.
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